Claufe Rodrigues (aliás, Baby the Bylly)
“Toda mulher gosta de apanhar.”
Ela sussurrou às seis da manhã,
arranhando o meu ouvido.
Beija-a com força e quase arranquei-lhe a língua.
Mas ela queria mais, queria apanhar.
Dei-lhe uma palmada na bunda.
Mas ela queria mais, a vagabunda.
Bati com a cara dela na porta
e então agarrei-a por trás.
Só batia nos flancos,
e me imaginei cavalgando aquela vaca
pelos verdes campos do Olimpo.
Lá talvez tudo fosse mais limpo,
com aquelas ninfas gentis e graciosas
abençoando o pau de Deus.
Mas aqui embaixo ela mordia a cabeça do meu,
quase arrancando o pedaço.
Dei-lhe um pescotapa e ela foi com a cara no chão.
Jorrava sangue da testa,
parecia a besta do Apocalipse
balbuciando coisas demoníacas.
Fiquei horrorizado e chutei a cara da ninfa.
Falei que aquela não era a minha chinfra
e que ela tinha que dar o fora.
Ela se pendurou no meu saco e perguntou aflita:
– Quando, meu anjo, quando?
E eu respondi, quase gozando:
– Agora, maldita, agora!