[atribuído a Farias de Carvalho (1930-1997)]
Este teu cu, ó minha doce amada,
voltado assim pras bandas do nascente,
pareceu aos meus olhos de repente
um pedaço de lua ensanguentada.
E é por vê-lo assim indiferente
às preces desta pica apaixonada
que eu me quedo a adorá-lo diariamente
nesta minha capela de calçada.
Porém, um dia, amor, se tu quisesses
e o teu róseo botão enfim me desses,
cheia de amor e de paixão profunda,
o mundo inteiro iria ver, tremendo,
o quarto Sputinik arremetendo
na abóbada do céu da tua bunda.