Amigos da Alcova

domingo, 6 de novembro de 2011

Luxúria

Cacilda Barbosa



Eu não sou eu, sou tu
Matéria sobre a qual Deus
Talhou teu corpo nu
Tua pele ardente é minha veste
Tua boca minha vertente
És meu verbo viver
Meu lado total indecente
Sou tua mesa minha cama
Na qual ouso te usar
És meu verão ardente
Areia fina escaldante
Onde eu em teu verde mar
Venho em azul o céu desenhar
Roça de leve como gosto
A pele macia em meu seio
Toca meus lábios em beijos
Aperta meu seio em teu peito
Me queima em teu desejar
Desce em fogo ao meu ventre
Te apaga morno silente
Em meu sexo a se derramar
Somos raios brilhantes juntos
O infinito cinza a riscar
Dois seres se consumindo
Astros reais em luxúria
Loucura de amor a criar.

Voyeurs desde o Natal de 2009