Amigos da Alcova

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Coito in/ver/tido

Marcus Accioly



Sobre duzentas almofadas postas
em seu colchão (já livre de mil panos)
o amor se deita e (sob mim) de costas
deixa que eu tente possuir seu ânus

(vou penetrando devagar) molhado
está meu pênis de saliva (desço
pelo avesso da carne) do outro lado
(a dois dedos da vulva) eu reconheço

que aquela região (o amor suporta
a dor do seu prazer) estava intata
e (violento) arrombo a sua porta

como se fosse um bárbaro (se fosse
no seu corpo um aríete) “ó mata-
me” (diz o amor) “que o gozo dói de doce”

Voyeurs desde o Natal de 2009