Marcus Accioly
Sobre duzentas almofadas postas
em seu colchão (já livre de mil panos)
o amor se deita e (sob mim) de costas
deixa que eu tente possuir seu ânus
(vou penetrando devagar) molhado
está meu pênis de saliva (desço
pelo avesso da carne) do outro lado
(a dois dedos da vulva) eu reconheço
que aquela região (o amor suporta
a dor do seu prazer) estava intata
e (violento) arrombo a sua porta
como se fosse um bárbaro (se fosse
no seu corpo um aríete) “ó mata-
me” (diz o amor) “que o gozo dói de doce”