Dalton
Trevisan
Cantar
1
Se você não
me agarrar todinha
aqui agora
mesmo
só me resta
morrer
se não abrir
minha blusa
violento e
carinhoso
me sugar o
biquinho dos seios
por certo
hei de morrer
estou certa
perdidamente certa
se não me
der uns bofetões estalados
não morder
meus lábios
não me
xingar de puta
já já hei de
morrer
bata morda
xingue por favor
morrerei
querido morrerei
se você não
deslizar a mão direita
sob a minha
calcinha
murmurando
gentilmente palavras porcas
sem dúvida
hei de morrer
também certa
a minha morte
se você não
acariciar o meu púbis de Vênus
com o
terceiro quirodáctilo
já caio morta
de costas
defuntinha
toda morta
de morte matada
morrerei
gemendo chorando se você titilar
a pérola na
concha bivalve
morrerei na
fogueira aos gritos
se não o
fizer
amado meu
escuta
se você não
me ninar com cafuné
me fungar no
cangote
mordiscar as
bochechas da nalga
me lamber o
mindinho do pé esquerdo
juro que hei
de morrer
certo é o
meu fim
te peço te
suplico
meu macho
meu rei meu cafetão
eu faço tudo
o que você mandar
até o que a
putinha de rua tem vergonha
eu fico toda
nua
de joelho
descabelada na tua cama
eu fico bem
rampeira
ao gazeio da
tua flauta de mel
eu fico toda
louca
aos golpes
certeiros do teu ferrão de fogo
ereto duro
mortal
ó meu
santinho meu puto meu bem-querido
se você não
me estuprar
agora
agorinha mesmo
sem falta
hei de morrer
se não me
currar
em todas as
posições indecentes
desde o
cabelo até a unha do pé
taradão como
só você
é certo que
faleci me finei
todinha
morta
se não me
crucificar
entre beijos
orgasmos tabefes
só me cabe
morrer
minha morte
é fatal
de sete
mortes morrida
mortinha de
amor é Sulamita