Amigos da Alcova

sábado, 30 de julho de 2011

Soneto XLVII

Bocage (1765-1805)
 


“Mas se o pai acordar!…” (Márcia dizia
A mim, que à meia-noite a trombicava)
“Hoje não…” (continua, mas deixava
Levantar o saiote, e não queria!)

Sempre em pé a dizer: “Então, avia…”
Sesso à parede, a porra me aguentava:
Uma coisa notei, que me arreitava,
Era o calçado pé, que então rangia:

Vim-me, e assentado num degrau de escada,
Dando alimpa ao caralho, e mais à greta,
Nos preparamos para mais porrada:

Por variar, nas mãos meti-lhe a teta;
Tosse o pai, foge a filha… Oh vida errada!
Lá me ficou em meio uma punheta!

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