Aretino (1492-1556)
Ai, minha cona, ai! Cruel, que fazes
Com caralho tão grosso, tão horrendo?
Caluda, coração, que assim gemendo
Teu senhor não recreias nem aprazes.
E se no meu foder não te comprazes,
Abre espaço bastante que te atendo,
O pau até os colhões em ti metendo
Para dar-te prazer dos mais verazes.
Eis-me aqui pronta, oh, fido servo caro,
Faz como queiras e em afadigar-te
Por bem servir não te mostres avaro.
Não duvida, meu bem, que quero dar-te
Fodida tão gostosa, em modo raro,
Que inveja sentirão Vênus e Marte.
Podia a cona entrar-te,
Diz por favor, o mais soberbo nabo?
A cona sim, mas Deus me guarde o rabo.
(Trad. José Paulo Paes)