Amigos da Alcova

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Soneto

Francisco Moniz Barreto (1804-1868)


    Diálogo entre mim e uma jovem, que passava por donzela,
e cujo cabaço andava sabe Deus por onde.


Eu – “Eugênia! vamos nós muito em segredo,
        Já que todos lá dentro estão dormindo,
        Gozar no campo do luar tão lindo,
        Deitadinhos debaixo do arvoredo?”

Eug. – “Ó! quem dera! Mas eu... eu tenho medo,
        Porque pode a mãezinha estar ouvindo...”
Eu – “Qual mãe, qual nada: vamos já saindo.
        Previne a escrava; voltaremos cedo.

        Eugênia! quer você... mas... com cautela....”
Eug. – “Eu não... Jesus!...” Contudo a tal deidade
        Nem no cu de cagar era donzela.

        Fornicamos três horas, à vontade;
        A putinha – com cio de cadela,
        E eu – com cio e tesão de burro ou frade.

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