Armando Freitas Filho
Na outra ponta onde o pensamento
não chegava. Dei tudo, deitei-me
de bruços, no sofá de sarja surrado:
amarelo, preto, areia – xadrez.
De bruços, sob sua boca tão moça
de cromo, de primeira-comunhão.
Não sob seu beijo, mas sob sua língua crua
que entrava na fossa de cabelos
ousando-me, usando-me, enfrentando o feio
o fétido. Dei tudo de mim, libera para o desejo
que se desenha feito afronta, atrás:
ap. de fundos, em [...], rasgando
todas as regras de entrega, à tarde
na terra desconhecida, deitei-me.