Nei Leandro de Castro
Narciso só tinha olhos
para o seu rosto perfeito
e tremia de tesão
pelo seu corpo de macho.
Numa manhã de verão
Narciso se viu na fonte
e quis beijar os seus lábios
e afogar-se em desejos,
enquanto uma cotovia
– o coraçãozinho aos saltos –
se balançava e cantava
entre ramos de narciso.