Amigos da Alcova

domingo, 30 de agosto de 2015

Anêmicas


Medeiros e Albuquerque (1867-1934)


Eu abomino as pálidas donzelas,
sem sangue, sem calor, sem movimento
que aos abraços do amor perdem o alento,
nas longas noites sensuais e belas.

Quero sentir meu peito contra o peito
de alguém cheio de vida e mocidade
palpitar na gostosa ansiedade
dos loucos beijos, no perfúmeo leito.

Quero apertá-la doida... doidamente...
no momento do espasmo deleitoso
e sentir seu sangue vigoroso
palpitar sob mim, convulsamente...

Sirvam as doces virgens delicadas
– românticas beldades vaporosas –
para enfeitar as páginas mimosas
das crônicas antigas, ilustradas...

Voyeurs desde o Natal de 2009