Medeiros e Albuquerque (1867-1934)
Eu
abomino as pálidas donzelas,
sem
sangue, sem calor, sem movimento
que
aos abraços do amor perdem o alento,
nas
longas noites sensuais e belas.
Quero
sentir meu peito contra o peito
de
alguém cheio de vida e mocidade
palpitar
na gostosa ansiedade
dos
loucos beijos, no perfúmeo leito.
Quero
apertá-la doida... doidamente...
no
momento do espasmo deleitoso
e
sentir seu sangue vigoroso
palpitar
sob mim, convulsamente...
Sirvam
as doces virgens delicadas
–
românticas beldades vaporosas –
para
enfeitar as páginas mimosas
das
crônicas antigas, ilustradas...