Amigos da Alcova

sábado, 24 de setembro de 2022

Quando canta a Maldonado

 

Gonçalves Crespo (1846-1883)

 

 

Quando canta a Maldonado

E os quadris saracoteia,

Não é mulher, é sereia,

Não é mulher, é o pecado.

 

Ao vê-la, pois, enleado

Perco o siso, o verbo, a ideia,

E um desejo audaz se enleia

Neste peito meu bronzeado.

 

Chamei-te sereia! engano!

Nunca tolice maior

Borbotou do lábio humano.

 

Que toda a sereia, flor,

Finda em peixe... e ou eu me engano,

Ou tu acabas... melhor.

 


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