Roberto Piva (1937-2010)
Teu sopro no corrimão anatômico sobre
meus olhos
aquelas serpente com escamas de cicuta
sacudida entre
tuas coxas de megatons
É um meio seguro de não mais
aconchegar a mais serena
catástrofe
como um espelho de vingança acordado
por um bater
de asas
& um piano que rola até o limite
de doces raízes
onde se completam as cachoeiras das
trepanações
TEUS OLHOS SÃO GRITOS DEMASIADO
REDONDOS
Meu circuito de trincheiras pela
mesma razão de ninho
de águia
tempo em que os 12 andares do sexo
correm persianas
de galalite
relâmpagos do mesmo líquen magnético
de tua boca
de quinze anos
quando não vais à escola para
assistires Flash Gordon
& ler Oto Rank nas
esquinas
o mundo continua sendo um breve
colapso logo que as
pálpebras baixem
& meu amor por ti uma profanação
consciente de eternas
estrelas de rapina