Amigos da Alcova

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Carme 32


Catulo (87-54 a.C.)




Te peço, minha doce Ipsilila,

delícias minhas, graça, mimos meus,

ordena, que finda a sesta, eu te procure,

e caso ordenes, cogita tais cuidados:

despe de trava ou tranca a tua porta,

não te assaltem coceiras de sair.

Mas fica em casa, em raro preparo

de nove, gota a gota, nove fodas.

Se assim quiseres, pressa!, não hesites,

que eu, já almoçado, e farto à farta,

perfuro a um só tempo toga e túnica!


(Trad. Luiz António de Figueiredo e Ênio Aloísio Fonda)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Sonetos Luxuriosos – 1


Aretino (1492-1556)

 
 

Mais que sonetos este livro[1] aninha,
Mais que éclogas, capítulos, canções.
Tu, Bembo ou Sannazaro, aqui não pões
Nem líquidos cristais e nem florinhas. 

Marignan madrigais não escrevinha
Aqui, onde há caralhos sem bridões,
Que em cu ou cona lépidos dispõem-se
Como confeitos dentro da caixinha. 

Gente aqui há que fode e que é fodida,
De conas e caralhos há caudal
E pelo cu muita alma já perdida. 

Fodese aqui com graça sem igual,
Alhures nunca assaz reproduzida
Por toda a jerarquia putanal. 

Enfim loucura tal
Que até dá nojo essa iguaria toda,
E Deus perdoe a quem no cu não foda.



(Trad. José Paulo Paes)

[1] Leia-se blog...

domingo, 4 de novembro de 2012

Epigrama 3

 
João Sebastião
 
 
 
 
No teu cu, ó doce amada,
 
repousa a minha alegria,
 
adormece o meu prazer,
 
dia e noite, noite e dia.

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