Paul Verlaine (1844-1896)
A garotinha
sem vacilar
toca punheta
no garotão.
O felizardo,
com o tratamento,
goza e cuspinha
pra todo lado.
Vendo esse leite
a menina ri
e, curiosa
do que ele seja,
cheira uma gota
bem da pontinha.
Pronto! Se anima!
Agora azar!
Lambe e relambe
a linda ponta,
depois zás-trás,
põe-se a mamar!
Viscondezinho
de não-sei-quê,
não conte a história
pra muita gente,
a fina flor
sentimental
de tuas férias
do ano 90:
pois tais tumultos
pelos castelos
os teus amigos,
mesmo os mais tolos,
bem que podiam,
caso quisessem,
contar-te às dúzias,
sem invenções;
e as priminhas,
anjos caídos,
dessas cozinhas
e desses sumos
Já são freguesas,
as coitadinhas,
desde que fazem
a comunhão:
isso, amiguinhos,
só pra ensaiar
os adultérios
que ainda virão.
(Trad. Heloisa Jahn)