Aretino (1492-1556)
Atenta bem, ó tu que amando estás
E a quem turva tão doce
empreendimento,
Neste que leva a cabo tal intento
Ledamente fodendo onde lhe apraz.
Sem de qualquer escola andar atrás
Por trepar verbi gratia a todo
tento,
Fará feito sem-par e a seu contento
O que possa foder sem ser loquaz.
Vede como nos braços a levanta
Ele, que as pernas dela tem dos lados
E como de prazer já se quebranta.
Não se perturbam por estar cansados.
Mas o jogo lhe dá ardência tanta
Que fodendo queriam-se finados.
E retos, sem cuidados,
Ofegam juntos, de prazer frementes,
E enquanto ele durar, estão
contentes.
(Trad. José Paulo Paes)