Amigos da Alcova

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A história de Loirinha 6

Marco Adolfs

Quando chegou na sua casa, à noite – depois de se limpar e pegar uma roupa emprestada na casa de uma amiga –, encontrou seu padrasto na porta da casa e com um cinturão enrolado no braço.
– Onde você estava até essa hora? – perguntou.
Loirinha apenas respondeu que tinha ido a um baile funk com um amigo. Mas naquela noite ela ainda apanhou muito do seu padrasto, sendo chamada de vagabunda e muito mais. E como lhes disse algumas linhas atrás, a história da vida de Loirinha sempre me impressionou bastante. Ainda mais, depois que fiquei sabendo dessa curra que ela sofreu quando tinha de doze para treze anos de idade. Todavia, Loirinha, após esse incidente, em vez de ficar fraca, se fortaleceu um pouco mais para a vida que iria levar. Aprendeu principalmente duas coisas fundamentais para a sua vida: a nunca confiar nos homens e a aguentar as suas picas duras onde quer que eles lhe metessem.

Depois disso e de mais algumas coisas, Loirinha cresceu um pouco mais; saiu para as ruas e ganhou muito dinheiro. Ganhou tanto dinheiro “mexendo a bundinha” que conseguiu até alugar um bom apartamento no centro da cidade. Foi quando a conheci. Deveria ter uns vinte e poucos anos e era uma bela prostituta. Cabelos loiros e longos; um corpo bronzeado e pernas longas e sedutoras. Não havia nenhuma marca aparente em seu corpo. Só em sua alma. Mas ela sabia disfarçar bem. Nessa época ela praticamente escolhia os homens que iria levar para a cama. De preferência homens perfumados e com dinheiro. Loirinha havia se tornado uma prostituta de luxo. Requintada até onde podia ser. E que gostava de ter, no máximo, três homens por dia. Nos fins de semana, apenas um. E bem rico. Que a levasse a restaurantes, cinemas e passeios diversos. Como um casal; embora scort-girl. Mas, mesmo vivendo assim, ela muitas vezes correu perigo com homens mal intencionados e carregando taras pré-concebidas. Sua crucificação encarnada. Ela me disse que em um determinado dia pensou até que fosse morrer nas mãos de um idiota endinheirado. O homem era mais um político. Deputado federal. Desses que só andam engravatados e com um sorriso amarelo no rosto. Tinha muito dinheiro. Dono de uma fazenda em Goiânia. Esse homem a contratara dentro de um esquema de prostituição para políticos que rolava nas barbas do Congresso. Um esquema refinado e bastante sigiloso de prostituição de luxo. Loirinha me contou tudo sobre isso. Como esses políticos – quase todos casados e figuras conhecidas da política nacional – satisfaziam seus desejos libidinosos e suas taras concebidas.

(Continua na próxima semana...)

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