Amigos da Alcova

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A embocadura

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Giuseppe Belli (1791-1863)


Que esfregões, gemidos, desbaratos!
Que arremessos a seco, numa enfiada!
Todos no alvo, por Cristo, desde a entrada:
Ficam bufando os dois como dois gatos.

Olhos vidrados, pior que de insensatos:
Pelo com pelo, boca a boca atada,
E enfia e empurra e bate sem parada;
Vai e vem, põe e tira num só ato.

Descalabro se um pouco mais durasse!
Chegada a brincadeira ao seu final,
Ficamos feito pedras, inconscientes.

É muito bom foder! Mas o ideal
Seria nos tornarmos realmente
Gertrudes toda cona e eu todo pau.


(Trad. José Paulo Paes)

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