Amavam-se. E que longo amor tinham as duas,
quando no leito, a sós, ambas se viam nuas,
quando no leito, a sós, ambas se viam nuas,
ao romper da manhã!...
Os corpos brancos de uma alvura de nevoeiro,
apetitosos como os frutos em janeiro
e os seios num contorno iriente de romã...
Enlaçavam depois os corpos. Boca a boca,
trocavam docemente os mais vermelhos beijos,
numa febre de amor, numa ternura louca,
entre gritos do sangue e ardências dos desejos.
Noites brancas! Na sede ardentíssima do gozo,
que frêmitos! Da carne o insaciado ardor
rói o sexo que explui, a crepitar, furioso,
injetado de amor...