Amigos da Alcova

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A uma mulher mal fodida, e, por isso, muito ranzinza e muito malvada

Paulo Franchetti



Mordendo o próprio rabo a pescadinha
É servida em Lisboa, pelas tascas;
Haja sol, faça frio, uivem borrascas,
E comida, co’o rabo na boquinha.

Ali encontrei u’a dona bem mesquinha,
Dos livros beliscando algumas lascas,
De alguns velhos papéis roendo as cascas,
Até julgar-se em seu saber rainha.

E era tão feia, que nem para freira
Servira. E escrota de corpo e tão fera
De humor, que alguém lhe disse um dia: “Espera!

Por que, ao invés de cuspir tanta asneira,
Já que ninguém te quer comer a cona,
Não tapas co’a bundinha essa bocona?”

Voyeurs desde o Natal de 2009