Samantha Rios
De que valeu-me ser tua cadela,
Ser tua fêmea, estar sempre no cio,
Ter da volúpia um caudaloso rio
Ser tua égua atrelada numa sela?
De que valeu-me abrir minha cancela,
Da vergonha perder o íntegro brio,
Atender teu chamado de assobio,
Ter minha vida à tua paralela?
De que valeu-me a anulação completa
De taras, de vontades, de desejos,
E uma vida levar toda incorreta,
Se teu amor não foi mais que lampejos,
E se tinhas apenas como meta
Matar a tua fome com meus beijos?