Maria Teresa Horta
É pêssego
tangerina
e é limão
Tem sabor a damasco
e a alperce
Toma o gosto da canela
de manhã
e à noite a framboesa que se despe
De maça guarda o pecado
e a sedução
Do mel
o açúcar que reveste
Do licor
a febre que no seu rasgão
me invade me inunda e me apetece
Mergulho depressa a minha boca
e bebo a sede
onde em mim já cresce
Delírio que me enche
de prazer
tomando ponto num lume que umedece
Devagar mexo sem tino
as minhas mãos
Provando de ti
se de ti viesse
O anis do esperma
o doce odor do pão
que o teu corpo espalha e me enlouquece