Aldir Blanc
Meu coração tem botequins imundos,
Antros de ronda, vinte-e-um, porrinha,
Onde trêmulas mãos de vagabundos
Batucam samba-enredo na caixinha.
Perdigoto, cascata, tosse, escarro,
Um choro soluçante que não para,
Piada suja, bofetão na cara
E essa vontade de soltar um barro...
Como os pobres otários da Central
Já vomitei sem lenço e sonrisal
O PF de rabada com agrião...
Mais amarelo do que arroz-de-forno,
Voltei pro lar, e em plena dor de corno
Quebrei o vídeo da televisão.