Walmir Ayala (1933-1991)
Paraíso onde as vulvas
inflamadas
ondulam como dunas
semoventes,
e mais parecem vivas e
gementes
quanto mais ao prazer
subjugadas.
E onde deslizam línguas
quais serpentes
cumprindo delirantes
emboscadas;
onde as conchas, com o
sal das madrugadas,
velam no abismo as ostras
inocentes.
Ordens que são do amor
guerra perfeita,
e que se cumprem sem
qualquer resquício
de prejuízo em campo onde
se deita.
Campo que é corpo, fim
que está no início,
cimento escuso de uma luz
desfeita,
virtude que cintila de
ser vício.