Emiliano Pernetta (1866-1921)
Ah!
quem me dera, quando passa em meu caminho
Juno!
com seu andar de névoa que flutua,
Poder
despi-la dessa túnica de linho...
E
vê-la nua! Eu só compreendo estátua nua!
Nua!
essa corça nua é branca, e é como a Lua...
Ser
eu Apolo! embriagá-la do meu vinho!
Porém
se estendo no ar os meus braços, recua,
Esquiva
a dama apressa o passo miudinho...
A
dama foge, não deseja que eu avance...
Meu
desejo, porém, é um gamo. De relance,
Vendo-a,
corre a querer sugar-lhe o claro mel...
Despe-a;
carrega-a, assim, despida, para o leito...
E,
nua, em flor, bem como um sátiro perfeito,
Sobre
o feno viola essa Virgem cruel!