António Lobo de Carvalho (1730-1787)
A um fradalhão bojudo e rabugento
Seus crimes confessava um desgraçado,
E entre eles dizia ter pecado
Com uma santa freira num convento.
Grita o frade: Não tardam num momento
Raios mil, que subvertam tal malvado;
Que as esposas de Cristo há profanado
No santo asilo seu, sacro aposento!
Ora diga, infeliz, como ousaria
Tal crime confessar, e ações tão brutas
A Jesus Cristo, lá no extremo dia?...
Padre, deixemos pois essas disputas;
Se ele me perguntasse, eu lhe diria:
Quem vos manda, Senhor, casar com putas?