Amigos da Alcova

domingo, 14 de junho de 2015

Soneto CLXXXI


António Lobo de Carvalho (1730-1787)


Que és puta provarei, minha Terência,
Puta, e mais puta do que as mesmas putas;
Tu és freira, e aqueloutras, bem que inuptas,
Sequer voto não têm de continência:

Se elas para mil fodas têm potência,
Tu em cem mil punhetas as comutas;
Tu com o frade na grade em seco lutas,
És putíssima tu, por consequência.

Putíssima! Ainda mais; muito bem podes
Levar de reputíssima o letreiro;
Replicas? É melhor que te acomodes.

Elas levam a porra do brejeiro,
Do negro, do lacaio, e tu? – tu fodes
Com o retrato da porra um dia inteiro.

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