Amigos da Alcova

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Lábios que beijei 25


Zemaria Pinto
Elza


Prima distante de minha primeira mulher, Elza estava de passagem pela cidade. No jantar, regado a vinho, seus pés procuraram os meus por baixo da mesa. Eram pequeninos, como ela toda era pequenina, mas túmida onde tinha de ser: peitos, coxas, bunda. Pela madrugada, todos dormindo um tanto bêbados, aproximei-me do sofá onde improvisamos uma cama e deslizei a mão por seu corpo. Elza só reagiu quando, próximo à boceta, intimidei-me; ela puxou minha mão para si e meus dedos sentiram a quentura e a umidade de sua concha. No banheiro, trepamos em silêncio mas com um vigor como há muito não me acontecia. No dia seguinte fomos a um hotel, onde a sessão selvageria prosseguiu. Elza quase não falava, balbuciando baixinho frases desconexas, até que entendi um “lambe o meu cu, meu amor, lambe o meu cu”. Era uma experiência nova. Nunca me passara fazer aquela carícia. Coloquei-a de bruços e satisfiz-lhe a vontade. Ela uivava de prazer, enquanto a minha língua sôfrega ia e vinha pelo cuzinho, liso de pelos como as pedras no fundo de um igarapé. No dia seguinte, quando cheguei para o almoço, soube de sua partida. Nunca mais a encontrei, mas sua lembrança, ou melhor, a lembrança daquele rabo de sonho, ainda hoje alegra minha solidão.


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