Francisco Villaespesa (1877-1936)
A
sábia mão a cujo toque ardente
faz
vibrar a carne como um artefato,
prolonga
a agonia do contato
em
múltipla volúpia intermitente...
Oh,
o calor que de teu corpo emana!
Ah,
tuas costas nuas e opulentas
pulsando
sobre mim, como sedentas
peregrinas
passando em caravana!
Meus
beijos perfumaram o vazio
de
um úmido e terrível calafrio...
E
sob a cabeleira estremecida
em
um áureo punhado de serpentes,
senti
sangrar e cessar minha vida,
entre
o canibalismo de teus dentes!