Amigos da Alcova

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sonetos Luxuriosos – 26

Aretino (1492-1556)



Estes nossos sonetos do caralho,
Que falam só de cu, caralho, cona,
E feitos a caralho, a cu, a cona,
Semelham vossas caras de caralho.

Trouxestes cá, poetas do caralho,
As armas para por em cu e cona.
Sois feitos a caralho, a cu, a cona,
Produtos de grã cona e grã caralho.

E se furor, oh gente do caralho,
Vos falta, ficareis no pica-cona,
Como acontece amiúde co’o caralho.

Aqui termino esta questão da cona
P’ra não entrar no bando do caralho,
E, caralho, vos deixo em cu e cona.

Quem perversões tenciona
Aqui nestas asneiras logo as lê.
Que mau ano e mau tempo Deus lhe dê.


(Trad. José Paulo Paes)

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