Amigos da Alcova

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

De que valeu-me ser tua cadela

Samantha Rios



De que valeu-me ser tua cadela,
Ser tua fêmea, estar sempre no cio,
Ter da volúpia um caudaloso rio
Ser tua égua atrelada numa sela?

De que valeu-me abrir minha cancela,
Da vergonha perder o íntegro brio,
Atender teu chamado de assobio,
Ter minha vida à tua paralela?

De que valeu-me a anulação completa
De taras, de vontades, de desejos,
E uma vida levar toda incorreta,

Se teu amor não foi mais que lampejos,
E se tinhas apenas como meta
Matar a tua fome com meus beijos?

Voyeurs desde o Natal de 2009