Amigos da Alcova

domingo, 17 de junho de 2012

As ilusões


Múcio Teixeira (1857-1928)




A primeira ilusão da minha vida

Caiu um dia aos pés

De uma pequena, ardente e sacudida,

Que fodia por dez.



A segunda durou como uma bolha

De escuma de sabão:

A terceira morreu, novinha em folha,

Num dia de pifão.



A quarta, quinta, a sexta.... Mas quem há-de

Contar as ilusões?

Fugiram todas, sem levar saudade,

Nem dar explicações.



Nem umazinha só, por despedida,

Se lembraram de dar...

Eis-me, porém, sem elas, mas com vida,

A foder e a cantar.



Sim, que as tais ilusões, no fim de contas,

Não passam de ilusão....

São como as leves cabecinhas tontas

De putas de estadão:



Que são as que nos deixam cicatrizes

No membro jururu...

São como o fogo-fátuo das atrizes...

Que têm ramela até no olho do cu.

Voyeurs desde o Natal de 2009