Múcio Teixeira (1857-1928)
A primeira ilusão da minha vida
Caiu um dia aos pés
De uma pequena, ardente e sacudida,
Que fodia por dez.
A segunda durou como uma bolha
De escuma de sabão:
A terceira morreu, novinha em folha,
Num dia de pifão.
A quarta, quinta, a sexta.... Mas
quem há-de
Contar as ilusões?
Fugiram todas, sem levar saudade,
Nem dar explicações.
Nem umazinha só, por despedida,
Se lembraram de dar...
Eis-me, porém, sem elas, mas com
vida,
A foder e a cantar.
Sim, que as tais ilusões, no fim de
contas,
Não passam de ilusão....
São como as leves cabecinhas tontas
De putas de estadão:
Que são as que nos deixam cicatrizes
No membro jururu...
São como o fogo-fátuo das atrizes...
Que têm ramela até no olho do cu.