De fora quem lê versos não vê pleno.
Percebe a rima, só que, antes da dita,
existe metro, acento e uma restrita
cesura que censura o meu veneno.
As rimas são as quinas do terreno.
O metro é cada lado, está na fita.
O acento é o torreão de quem recita,
e a pausa põe suspense no obsceno.
Tijolo é toda letra, toda nota.
Vogal ou consoante, tudo conta,
e cada virgulinha tem sua quota.
Castelo edificado, casa pronta.
Mas quando tem caralho, cu, xoxota,
a crítica, que é vândala, o desmonta...