Nesse bar repleto de idiotas nós dois,
Só nós dois encarnávamos o tal horrível
Vício de “gostar de homem” e sem perceberem,
Íamos fodendo esses babacas de ar bem-posto,
Seus amores normais e sua moral fingida.
Enquanto isso tocávamos punheta a mil,
De lado, de frente, em diagonal, sem que
Ninguém se desse conta, envoltos em fumaça
Dos cachimbos (como certa vez Zeus com Hero).
Nossas picas, como narizes Karragheus*
Que nossas mãos secassem num gesto gostoso,
Espirravam jatos de porra sob a mesa.
(Trad. Heloisa Jahn)
(*) Personagem oriundo do teatro turco;
tipo esperto e vulgar, com um membro de grandes dimensões.