Paulo Franchetti
Minha santa ovelhinha, que saudade
Eu tenho dos passeios pelo monte!
Do teu gesto e do olhar de piedade,
No esquecido caminho sob a ponte!
Ias balindo, em toda a puridade,
Houvesse sol ou nuvens no horizonte,
Sempre tão doce, sem qualquer maldade,
Pastando a erva e bebendo à fonte!
E quando o sol descia, ao fim do dia,
Já no local vezeiro me buscavas,
E quietinha de mim te aproximavas!
Como me lembra, boa criatura:
Quando te enfiava a minha pica dura,
Nem berravas, e tanto te doía!