Francisco
Moniz Barreto (1804-1868)
Se é das de
buço ou bigode
E cor bem
agarapada,
Mais se torna
endiabrada
A mulata,
quando fode.
À ponta da
lança acode
Com ardideza
sem par;
E, depois de se
espetar
Toda nela, em
doce fúria,
Como águia de
luxúria,
Parece querer
voar.
Abrasa, agita,
sacode
O vivente pelos
ares,
De Vênus nos
crespos mares,
A mulata,
quando fode.
Por baixo, ou
por cima rode
Da porra, nesse
rodar,
Mal — que na
base do altar
Sente bater-lhe
os colhões,
Fazendo deles
balões,
Parece querer
voar.
Só a mulata um
pagode
Completo
of’rece ao caralho;
É princesa de
serralho
A mulata,
quando fode.
Branca ou
negra, não a pode
No rebolado
igualar;
Quando,
ardente, a se esporrar
A mulata
principia,
Na asas da
putaria
Parece querer
voar.