Emiliano Pernetta
(1866-1921)
Desde
que te amo, vê, quase infalivelmente,
Todas
as noites vens aqui. E às minhas cegas
Paixões,
e ao teu furor, ninfa concupiscente,
Como
um súcubo, assim, de fato, tu te entregas...
Longe
que estejas, pois, tenho-te aqui presente.
Como
tu vens, não sei. Eu te invoco e tu chegas.
Trazes
sobre a nudez, flutuando docemente,
Uma
túnica azul, como as túnicas gregas...
E
de leve, em redor do meu leito flutuas,
Ó
Demônio ideal, de uma beleza louca,
De
umas palpitações radiantemente nuas!
Até,
até que enfim, em carícias felinas,
O
teu busto gentil ligeiramente inclinas,
E te enrolas em mim,
e me mordes a boca!