Nei Leandro de Castro
Deixa crescer os pelos
do teu sovaco, amada.
Quero vê-los encachoeirados
recendendo a mar, a limonada
travo de coisa doce e amarga.
Quero vê-los saindo, com cheiro de sargaço,
dos dois esconderijos que trazes
no final dos braços.
Pensaste um dia nisso? Pensa.
Deixa que os pelos do teu sovaco
cresçam sem cortes, espontâneos,
alastrando-se numa mancha preta
como de resto crescem
os pelos de tua boceta.