Amigos da Alcova

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Lábios que beijei 31



Zemaria Pinto
Verônica

Vivendo com um sujeito desquitado, Verônica sofria com o preconceito de parte das demais colegas – casadas, noivas, namoradas. Isso, de certa forma, deixava-a à vontade para trair o companheiro. Mas ela dizia que quando viesse o divórcio e eles se casassem formalmente ela não o trairia mais. Enquanto isso, eu aproveitava a sua disponibilidade... Verônica possuía habilidades extraordinárias com a boca. Lábios, dentes, bochechas, língua – eram partes de um mecanismo projetado para chupar com perfeição. Sempre transávamos na minha sala, pelo menos uma vez por semana, durante cínicos serões. Não éramos muito imaginativos: depois de fazê-la gozar duas ou três vezes – de pé, ela, de costas, com as mãos apoiadas na mesa – começava o melhor da festa. Eu sentava em minha cadeira de executivo, ela lambia o meu pênis, lambuzado do seu sumo, mordiscava-o todo, incluindo os testículos, depois, movimentava sua boca com sofreguidão, tirando-o todo e escondendo-o todo, vezes sem fim. Quando ela sentia o jato do gozo, o movimento se tornava menos intenso e ela me sugava brutalmente, até a última gota. Quando parávamos, ela me mostrava a boca cheia de esperma, o engolia com volúpia e depois enfiava a língua em minha boca – um gosto travoso, de folha verde. Um dia, Verônica me contou, radiante, que iria com o companheiro passar as férias em Portugal, de onde a família dele era originária. Comemoravam 10 anos de convívio. Mas o presente não era a viagem: em Portugal, onde o divórcio era lei havia mais de 50 anos, eles casariam. Trabalhamos juntos ainda por muitos anos e fizemos muitos serões. Porém, nunca mais os lábios, nunca mais os dentes, nunca mais a língua, nunca mais a força sugadora de Verônica.

(Para ler outros contos desta série, clique em Lábios que beijei.)

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