Amigos da Alcova

terça-feira, 24 de julho de 2012

colhe os colhões a boca

E. M. de Melo e Castro



colhe os colhões a boca
o barco a flor o mastro
a língua louca louca
o satro[1] glande monstro

que na água que mostro
laiva o sabor do ouro
álcool que vem do mosto
leite que sabe a louro

pelo de pele colhida
jeito informe que pica
alga onda comprida
que treme e foge e fica

colhe no ar e foge
a árvore da vida.



[1] Satro: contração de sátiro.

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