Amigos da Alcova

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Soneto 260 Construtivista

Glauco Mattoso




De fora quem lê versos não vê pleno.

Percebe a rima, só que, antes da dita,

existe metro, acento e uma restrita

cesura que censura o meu veneno.



As rimas são as quinas do terreno.

O metro é cada lado, está na fita.

O acento é o torreão de quem recita,

e a pausa põe suspense no obsceno.



Tijolo é toda letra, toda nota.

Vogal ou consoante, tudo conta,

e cada virgulinha tem sua quota.



Castelo edificado, casa pronta.

Mas quando tem caralho, cu, xoxota,

a crítica, que é vândala, o desmonta...

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