Amigos da Alcova

sábado, 3 de dezembro de 2011

Soneto CLXXVII

Antônio Lobo de Carvalho (1730-1787)

A uma freira do Porto,
com quem teve amores na sua mocidade
Puta dum corno, dos diabos freira,
eu me ausento, por mais não aturar-te;
tu cá ficas, cá podes esfregar-te
com quem melhor te pague essa coceira;

Última tu serás, sendo a primeira
que de mangar em mim se achou com arte;
mas eu nisso mijei, que em toda a parte
bem se sabe quem é Clara-Ribeira:

Vai-te, surrão, injúria das mulheres,
vai fornicar na praia, e não se diga
que não achas colhões quantos quiseres:

Tanta luxúria os ossos te persiga,
que ainda os mesmos bocados que comeres
se convertam em porras na barriga.

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