Amigos da Alcova

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A história de Loirinha 4

Marco Adolfs


Quando na manhã seguinte o molecote cruzou a esquina, topou, logo de cara, com aquela menina loira, curvada e com a saia levantada mostrando o pequeno sexo pronto para ser penetrado. O moleque estancou a bicicleta bem perto dela e vendo que não havia mais ninguém por perto, não teve dúvidas. A primeira coisa que fez foi tirar o pênis para fora do calção e começou a se masturbar. A vontade foi crescendo tanto que ele logo desceu da bicicleta e, com o pênis intumescido ao máximo, enterrou como força na bocetinha da filha do seu Inácio. O vizinho. Logo Loirinha começou a mexer os quadris pros lados. E rebolava e tirava e metia e rebolava tanto que o coitado do moleque começou a gemer até gozar. Loirinha sentiu aquilo tudo acontecendo com um imenso prazer. Pela primeira vez ela percebeu que também tinha um poder nas mãos. Ou melhor, entre as pernas.

Feito o negócio, o garoto limpou o membro e saiu pedalando. Mas antes, disse “te vejo mais tarde”. Loirinha saiu toda alegre e sabedora de que dali para frente tudo seria diferente. Teria o menino mais cobiçado da vizinhança em suas mãos. Mas mal sabia ela o que ainda iria lhe acontecer a partir daquele dia. Se ela confiava tanto em seu poder de sedução e manipulação dos machos, como acabara de perceber, muito ainda haveria de passar através da manipulação deles e de sua boceta. Nem tudo seria apenas prazer em seu caminho. Haveria também muita dor. E para isso, Loirinha teria que ser forte.

Mas, depois que conheci Loirinha, passei a andar com ela como minha prostituta única. Ela era demais. E eu gostava demais dela. Se não fosse uma puta, talvez tivesse até me apaixonado por ela naquele tempo em que a conheci. No motel, depois do sexo, conversávamos bastante. Talvez por ela me achar um cara diferente – “estudado” e carinhoso –, como dizia, ela então falava tanto. Ou talvez pela minha curiosidade em demasia. Hoje fico pensando, com essas perguntas de cunho jornalístico, sou um profissional em busca de escrever a história de sua vida. Que coisa estranha, o destino? Lembro de muitas coisas que conversamos. Mas outras – durante o tempo em que sumimos um do outro –, eu ainda ficaria sabendo. E ficaria estarrecido pelos detalhes.

– Como você vê esse meu começo de vida? – ela perguntou, enquanto eu fazia algumas anotações.

Levantei a cabeça; olhei bem direto no fundo de seus olhos e, por um momento, fiquei sem uma resposta.

– Acho que foi terrível o que você passou, sendo ainda uma criança – finalmente respondi.

– Muitas crianças deixam de ser crianças assim – completou, amarga.

– Mas foi terrível – comentei ainda.

– Foi um começo – observou Loirinha, enigmática.

(Continua na próxima semana...)

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