Amigos da Alcova

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Soneto CL

Antônio Lobo de Carvalho (1730-1787)
                                                 
                                                           A certo alferes, cuja mulher tinha mais maridos.


Não me quero calar, senão abafo:
Eu declaro quem és, ó bode humano,
Que da cobiça vil no altar profano
Sacrificando estás de injúria gafo:

Eu declaro quem és, eu já te estafo,
E com raivosas sátiras te esgano;
Depois mijando em ti, cuco magano,
Deixo os cabrões, e com os tafuis me safo:

Não me posso conter, e sem suborno,
Digo que és dos alferes lixo e borra,
Oh tu, que trazes militar adorno!

Ora quero aprontar antes que morra
Dois mimos;  para ti, corno e mais corno;
Para tua mulher, porra e mais porra.

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