Olga Savary
Dar às coisas outro nome
que não o vosso, amor, não pude.
Nem pude ser mais doce e sim mais rude
por conta das lamentações mais ásperas,
por causa do agravo que pensei ser vosso.
Amor era o nome de tudo, estava em tudo,
era o nome do macho cheirando a esterco,
a frutos passados e as raízes raras.
De posse da intimidade da água
e da intimidade da terra,
a animais vorazes é a que sabíamos.
Amor é com quem me deito e deixo montar
minhas coxas em forma de forquilha e onde
amor abre caminho pelas minhas águas.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Na hora da posse minha febre é tanta
Samantha Rios
Na hora da posse minha febre é tanta,
Que quando estás dentro de mim, querido,
Todo o meu corpo fica incandescido
E em êxtase de amor, minh’alma canta.
Teu corpo quente serve-me de manta
E teu calor me passa tanto fluido
Que louca fico a ouvir em meu ouvido
Tua voz sussurrar: “ – te amo, Samantha!...”
Eu não me lembro, amor, então de nada...
No peito pulsa pleno o coração
E minha mente fica alucinada.
– Enche de vida, amor, minhas entranhas,
Com teus beijos sufoca minhas manhas,
Com teu prazer sufoca-me a emoção!
Na hora da posse minha febre é tanta,
Que quando estás dentro de mim, querido,
Todo o meu corpo fica incandescido
E em êxtase de amor, minh’alma canta.
Teu corpo quente serve-me de manta
E teu calor me passa tanto fluido
Que louca fico a ouvir em meu ouvido
Tua voz sussurrar: “ – te amo, Samantha!...”
Eu não me lembro, amor, então de nada...
No peito pulsa pleno o coração
E minha mente fica alucinada.
– Enche de vida, amor, minhas entranhas,
Com teus beijos sufoca minhas manhas,
Com teu prazer sufoca-me a emoção!
domingo, 26 de setembro de 2010
Soneto 139 oroerótico (ou oroteórico)
Glauco Mattoso
Segundo especialistas, a chupeta
depende da atitude do chupado:
se o pau recebe tudo, acomodado,
ou fode a boca feito uma boceta.
Pratica “irrumação” o pau que meta
e foda a boca até ter esporrado;
Pratica “felação” se for mamado
e a boca executar uma punheta.
Em ambos casos, mesma conclusão.
O esperma ejaculado na garganta
destino certo tem: deglutição.
Segunda conclusão: de nada adianta
negar que a boca sofra humilhação,
pois, só de pensar nisso, o pau levanta.
Segundo especialistas, a chupeta
depende da atitude do chupado:
se o pau recebe tudo, acomodado,
ou fode a boca feito uma boceta.
Pratica “irrumação” o pau que meta
e foda a boca até ter esporrado;
Pratica “felação” se for mamado
e a boca executar uma punheta.
Em ambos casos, mesma conclusão.
O esperma ejaculado na garganta
destino certo tem: deglutição.
Segunda conclusão: de nada adianta
negar que a boca sofra humilhação,
pois, só de pensar nisso, o pau levanta.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Papaixão
Leopoldino Talento
Desde pequena até grandinha,
amo todos os papais:
Papai Noel, Papai do Céu
são todos iguais!
Nenhum é mau e me dão o que preciso:
presente de Natal e lugar no Paraíso...
Gigante minha necessidade brota:
uma vontade estranha
de sapecar minha xoxota!
Nenhum desses me dá,
uma piroca bem grossa
pra trepar!
Desde pequena até grandinha,
amo todos os papais:
Papai Noel, Papai do Céu
são todos iguais!
Nenhum é mau e me dão o que preciso:
presente de Natal e lugar no Paraíso...
Gigante minha necessidade brota:
uma vontade estranha
de sapecar minha xoxota!
Nenhum desses me dá,
uma piroca bem grossa
pra trepar!
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Acrosticus
Rayder Coelho
Com vaselina, jeito e carinho...
Um sutil apelo, e a virgem cede.
Completamente aquém à sutil ação.
Um descuido... Ninfeta desvirginada.
Com vaselina, jeito e carinho...
Um sutil apelo, e a virgem cede.
Completamente aquém à sutil ação.
Um descuido... Ninfeta desvirginada.
domingo, 19 de setembro de 2010
Soneto CLXVII
Antônio Lobo de Carvalho (1730-1787)
Não te escondo a guedelha encanecida,
Nem da rugosa fronte a cor já baça;
Conheço que o meu lustre, a minha graça,
Foi por duros Janeiros destruída.
Confesso inda que é já bem conhecida
Que a idade minha dos cinquenta passa;
Mas juro que ainda tenho grossa massa,
Que teso mastaréu a pino erguida.
Se és hidrópica mestra fodedora,
Daquelas que procuram com trabalho
Lanzuda porra, porra aterradora:
Minhas cãs não te sirvam de espantalho;
Põe à prova o teu cono, e sem demora
Verás então se é velho o meu caralho.
A certa moça, chamando de velho o autor, que não se tinha por tal.
Não te escondo a guedelha encanecida,
Nem da rugosa fronte a cor já baça;
Conheço que o meu lustre, a minha graça,
Foi por duros Janeiros destruída.
Confesso inda que é já bem conhecida
Que a idade minha dos cinquenta passa;
Mas juro que ainda tenho grossa massa,
Que teso mastaréu a pino erguida.
Se és hidrópica mestra fodedora,
Daquelas que procuram com trabalho
Lanzuda porra, porra aterradora:
Minhas cãs não te sirvam de espantalho;
Põe à prova o teu cono, e sem demora
Verás então se é velho o meu caralho.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
o dedo
Cynthia Teixeira
os lábio mornos do homem
andam em todo corpo,
beijam a rubra face,
lambem o ventre gordo.
o membro morno do homem
cresce e se enterra.
é sonho, é sonho, diz ele
estou aqui a vida inteira.
já gozado, já encerrado,
estando ele cansado,
deita-se de bruços, geme, dorme
– dez minutos exatos durou seu sonho.
eterno suor de leito,
merecido descanso da vida
com o ronco saindo no peito,
ele agora jazendo adormecido,
entra em ação o amantíssimo
querido amado potente dedo,
que durante minutos eternos
amou aquela mulher e seu infinito desejo.
os lábio mornos do homem
andam em todo corpo,
beijam a rubra face,
lambem o ventre gordo.
o membro morno do homem
cresce e se enterra.
é sonho, é sonho, diz ele
estou aqui a vida inteira.
já gozado, já encerrado,
estando ele cansado,
deita-se de bruços, geme, dorme
– dez minutos exatos durou seu sonho.
eterno suor de leito,
merecido descanso da vida
com o ronco saindo no peito,
ele agora jazendo adormecido,
entra em ação o amantíssimo
querido amado potente dedo,
que durante minutos eternos
amou aquela mulher e seu infinito desejo.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Eu vi uma pentelheira
Chico Doido de Caicó (1922-1991)
Eu vi uma pentelheira
No corpo daquela dona
Que quase caí pra trás
Era pentelho de ruma
Que não acabava mais
Era uma mata profunda
Que começava no imbigo
E terminava na bunda.
Pra descobrir o priquito
Por detrás daquela mata
Fiz um esforço tão grande
O coração quase me mata
Os pentelhos da mulher
Era uma mata de cipó
Tudo muito emaranhado
Cheio de trança e de nó.
Me fiz de bom caçador
Na frente do cipoal
E rompi aquela mata
Com a força do meu pau.
Eu vi uma pentelheira
No corpo daquela dona
Que quase caí pra trás
Era pentelho de ruma
Que não acabava mais
Era uma mata profunda
Que começava no imbigo
E terminava na bunda.
Pra descobrir o priquito
Por detrás daquela mata
Fiz um esforço tão grande
O coração quase me mata
Os pentelhos da mulher
Era uma mata de cipó
Tudo muito emaranhado
Cheio de trança e de nó.
Me fiz de bom caçador
Na frente do cipoal
E rompi aquela mata
Com a força do meu pau.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Corpo
Maria Teresa Horta
É pêssego
tangerina
e é limão
Tem sabor a damasco
e a alperce
Toma o gosto da canela
de manhã
e à noite a framboesa que se despe
De maça guarda o pecado
e a sedução
Do mel
o açúcar que reveste
Do licor
a febre que no seu rasgão
me invade me inunda e me apetece
Mergulho depressa a minha boca
e bebo a sede
onde em mim já cresce
Delírio que me enche
de prazer
tomando ponto num lume que umedece
Devagar mexo sem tino
as minhas mãos
Provando de ti
se de ti viesse
O anis do esperma
o doce odor do pão
que o teu corpo espalha e me enlouquece
É pêssego
tangerina
e é limão
Tem sabor a damasco
e a alperce
Toma o gosto da canela
de manhã
e à noite a framboesa que se despe
De maça guarda o pecado
e a sedução
Do mel
o açúcar que reveste
Do licor
a febre que no seu rasgão
me invade me inunda e me apetece
Mergulho depressa a minha boca
e bebo a sede
onde em mim já cresce
Delírio que me enche
de prazer
tomando ponto num lume que umedece
Devagar mexo sem tino
as minhas mãos
Provando de ti
se de ti viesse
O anis do esperma
o doce odor do pão
que o teu corpo espalha e me enlouquece
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Bacante
Iracema Macedo
Em meu ninho longínquo
inicio ventos
invento cios
canto e danço em volta do fogo
transformo meu leite em vinho
e ofereço meu corpo
para os lobos
Em meu ninho longínquo
inicio ventos
invento cios
canto e danço em volta do fogo
transformo meu leite em vinho
e ofereço meu corpo
para os lobos
sábado, 4 de setembro de 2010
Soneto safado
Nei Leandro de Castro
Eram duas amigas muito boas
que botavam aranhas pra brigar.
Saíam de mãos dadas, bem à toa,
indo juntinhas a qualquer lugar.
Uma era jovem, a outra uma coroa
calçada em sapatões pra caminhar.
Nem ligavam às maldizentes loas
dos machões, que falavam ao passar
por elas, muito embevecidas, lindas,
olhos nos olhos, a paixão infinda
tão deslumbrante como o amor das rosas.
De noite, entre suspiros e artimanhas,
ficavam nuazinhas. E as aranhas
comiam-se nas teias pegajosas.
Eram duas amigas muito boas
que botavam aranhas pra brigar.
Saíam de mãos dadas, bem à toa,
indo juntinhas a qualquer lugar.
Uma era jovem, a outra uma coroa
calçada em sapatões pra caminhar.
Nem ligavam às maldizentes loas
dos machões, que falavam ao passar
por elas, muito embevecidas, lindas,
olhos nos olhos, a paixão infinda
tão deslumbrante como o amor das rosas.
De noite, entre suspiros e artimanhas,
ficavam nuazinhas. E as aranhas
comiam-se nas teias pegajosas.
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