Amigos da Alcova

domingo, 24 de agosto de 2014

Manifesto Obsoneto (Soneto 8)


Glauco Mattoso

Isso não é poesia que se escreva,
é pornografia tipo Adão & Eva:
essa nunca passa, por mais que se atreva,
do que o Adão dá e do que a Eva leva.

Quero a poesia muito mais lasciva,
com chulé na língua, suor na saliva,
porra no pigarro, mijo na gengiva,
pinto em ponto morto, xota em carne viva!

Ranho, chico, cera, era o que faltava!
Sebo é na lambida, rabo não se lava!
Viva a sunga suja, fora a meia nova!

Pelo pêlo na boca, jiló com uva!
Merda na piroca cai como uma luva!

Cago de pau duro! Nojo? Uma ova!

domingo, 3 de agosto de 2014

Era manhã, vieram dois


Marcial (40 – 104)




Era manhã, vieram dois, queriam

Curtir a Fílis, nua, na trepada.

Mas, logo, a discussão: “Primeiro, eu!”.

“Eu atendo os dois lados”, disse a Fílis.

Falou e fez: quatro dedões dos pés

Voltados para baixo e dois para cima.




(Trad. Décio Pignatari)



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